Sei que sempre posto algo voltado para o universo feminino, mas desta vez vou fazer diferente, vou fazer uma retrospectiva do ano que se encerra. E convido todas a fazerem o mesmo.
Comecei 2010 concluindo meu curso de Jornalismo, a tão sonhada formatura...ainda lembro quando pequena (em casa) quando começava a musiquinha do Jornal Nacional (que só depois, na faculdade fiquei sabendo que se chama vinheta) eu corria p/ assistir, embora não entendesse quando Fátima Bernardes e William Bonner falavam do dólar, bolsa de valores e etc... Mas sabia desde cedo que era aquilo que eu queria ser e consegui. Não foi fácil, faltou grana, tive que trancar, mas enfim cheguei lá. Realizei mais um sonho... Mas com ele veio a incerteza, o medo...será que sobreviveria ao cruel mercado de trabalho?
Até então eu trabalhava em uma TV, mas sabiaa que mais cedo ou mais tarde sairia, mas fui vivendo na incerteza.Até que em setembro se concretizou a minha saída...nossaaa como choreei não só por ser mais uma na fila dos desempregados formados, mas porque ali vivi muita coisa e aprendi muito também, mas também me estressei muito e lembro de quantas vezes fui dormir e acabava sonhando com pautas, matérias, produções especiais...lembro quantas vezes chorei e lembro mais ainda do quanto pedia a Deus pra me mostrar outra coisa, que me abrisse outra porta para que pudesse viver de fato; pois estava perdendo o melhor da vida, vida esta que passava por mim e eu simplesmente não tinha tempo; perdi muitos momentos em família, muitos passeios, muitas datas especiais como natal, ano novo, aniversários... eu vivia pra TV. E mesmo diante de tudo isso amava o que fazia e ainda sinto falta (vai entender o ser humano).
Passei um mês e 15 dias desempregada, quase entro em parafusooo (não suporto minha vida profissional fora de órbita), já a amorosaa, ai ai...nem me lembro quando esteve no eixo, conseqüências de se dedicar demais ao trabalho, mas enfim mudei de emprego (este me trouxe a “tal tranqüilidade”), mas não é o quero p/ mim...complicado né? Mas durante essa transição refleti sobre minha vida, minhas ações, sentimentos...olhei de fato p/ mim e busquei enxergar mais do que o espelho podia refletir e não gostei do que vi...uma mulher receosa em amar, triste, que buscava algo que não sabiaa ao certo o que era, uma mulher que viveu muitos romances e que sofreu demais com os mesmos, mas que também graças a esses se fez forte, aprendeu a enfrentar os obstáculos, aprendeu a não temer...Mas que hoje em termos de romance anda meio desacreditada, precavida e que hoje para se entregar em uma relação por completo, sem defesas se torna a cada dia mais difícil...e não é porque desisti de acreditar no amor, não de forma alguma, apenas me protejo para não me magoar mais.
Como já falei aqui não busco perfeição, mas espero alguém que me complete, que me permita ser quem sou e que ainda assim me ame todos os dias.
Mas 2010 também me levou alguém muito especial...meu PRIMO-IRMÃO, ele faleceu no fim de Novembro...quando lembro os momentos que passamos juntos, quantos Natais em família, ano novo...todos reunidos, ele fazia questão de estar com a família... as conversas, os risos, os momentos difíceis que passamos juntos...essa perda me fez valorizar ainda mais as pessoas que me rodeiam e a vida...dizer incansavelmente o quanto amo cada uma delas sem vergonha ou medo...agradecer por tudo que tenho e sou e principalmente pela vida (nosso bem maior), me fez perceber quantos momentos eu perdi correndo atrás de coisas que achava ser importante, mas que não me acrescenta nada com ser humano, que não acrescenta nada a minha alma...apenas STATUS. No dia do meu níver (27/12) vi que era o primeiro ano que não tinha o abraço do meu primo e que não ganharia ao menos os parabéns, coisa que ele nunca esqueciaa...aí percebo o valor de uma palavra, de um abraço.
Me questionei o tempo todo, porque perdemos as pessoas que amamos? Logo obtive a resposta: às vezes é necessário perder alguém que amamos, afinal se não fosse isso como perceberíamos o valor delas? Mas dói viuu...como dói.
Uma canção de titãs (Epitáfio) diz exatamente o que penso:
Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração...
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração...
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...
Queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier...
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier...
...E, é por isso que a cada segundo agradeço por tudoo, inclusive pelo sofrimento, pelas dificuldades que passei ao longo de mais um ano, pelos amores vividos e pelos não vividos também, pelos risos e pelas lágrimas derramadas, pelas portas que se fecharam para que outras pudessem se abrir, pelo sol que todo dia parecer ser igual, mas que sem ele não existiria dia, pela lua que traz a noite, por olhar pra mim que posso enxergar, sentir, enfim porque ainda posso viver...agradeço pelos amigos (anjos), pela família que tenho...talvez não possa agradecer a Deus por perder meu primo, mas sei que Deus sabe o que faz e quem sou questionar a ordem das coisas? Hoje percebo com mais clareza o valor de cada segundo da vida e busco vive-la intensamente.
Desejo que em 2011 você ame mais, sorria mais, viva mais...que seja um ano pra você...avalie o que tem sido sua vida, observe quem você tem na vida. Permita-se viver de fato, nao tenha medo do novo, do recomeço, encare o que vier e procure ver o lado positivo de tudoo, sempre tem. Permita-se, liberte-se dos medos, sonhe, grite, cante, dance, ameeeeeeeeeeeeeee, SEJA FELIZ agora e não importa o que digam ou pensem.